
Neste artigo, vamos mergulhar no contexto cultural de Ezequiel, mais sobre o personagem de Ezequiel (já que muitas vezes podemos não ter detalhes pessoais sobre os profetas na Bíblia) e por que devemos saber mais sobre ele do que apenas todas as visões que ele teve.
O contexto cultural de Ezequiel
Ezequiel viveu durante um dos tempos mais tumultuados de Israel. O reino se dividiu em dois e desceu a partir daí.
Os assírios haviam eliminado o reino do norte, e o reino do sul de Judá tinha seu dia de ajuste de contas chegando.
O Império Babilônico começou a varrer o mundo antigo e fez os reis de Israel pagarem algo conhecido como tributo.
O problema veio, no entanto, quando o rei de Israel decidiu cessar seu tributo.
Em vez de confiar no Senhor para livrá-los dos babilônios, Judá depositou sua fé no poder estrangeiro do Egito, o mesmo povo que os escravizou anos antes.
Ezequiel foi o primeiro profeta fora de Israel, que fala exclusivamente aos exilados. Fala sobre o agir salvífico e consolador de Deus que atinge os deportados. Ele consegue perceber a presença de Deus ao lado dos exilados.
b) Era um profeta do povo, que fala em favor do oprimido e do injustiçado e do castigo divino para com a maldade.
• Quando se deu sua atividade profética – Pode ser situada entre os anos 593-571, então ele profetizou antes e depois da destruição final de Jerusalém em 587 a.C.
• Contexto de suas palavras – É a Babilônia, junto ao Rio Quedar, um dos afluentes do Rio Eufrates, onde o profeta tem a sua primeira visão.
• Temas constantes das profecias – Idolatria e injustiça.
• Sua visão da sociedade – Uma grave crise social e seu olhar é muito pessimista, pois a violência é o denominador comum que marca o país e a cidade de Jerusalém.
• Formas de comunicar sua mensagem – Uso de símbolos e temas de julgamento e salvação, e experimenta corporalmente o pavor e o abalo de transformar eventos cruéis em modos de pensamento e de ação que possam salvar os exilados, seja fisicamente ou suas raízes culturais e religiosas.
• Visões – Nelas estão as denúncias de que a violência está em todo o lugar, existe exploração dos mais fracos (22.7), calúnias criminosas (22.9), suborno (22.12), roubos, assassinatos e o conseqüente crescimento dos pobres, órfãos, viúvas e emigrantes (22.7-9).
• Mensagens – Denuncia aqueles que promovem as injustiças, que são o rei, os profetas, o templo e seu funcionamento e a elite em geral (22.9-31). Apresenta, também, duras mensagens de um Deus que está acima de todos os homens, que abandonara o seu templo em Jerusalém devido à infidelidade do povo, mas que retomaria para lá no tempo adequado com um povo purificado pela vergonha, culpa e arrependimento.
O profeta Ezequiel, inspirado pelo Espírito Santo, escreveu um livro detalhado.
Ele citou o dia e o mês das suas visões. Ezequiel 1.1.
Por isso é um dos livros mais detalhados da bíblia.
Você já comeu algo muito duro?
Você já comeu rolos feitos de pele de animais?
O profeta Ezequiel comeu esses rolos e disse que tinham gosto de mel.
Esse ato de comer a mensagem de Deus, simbolizava aceitar a missão de Deus de transmitir sua mensagem aos judeus

Para que a mensagem de Deus realmente fosse entendida, o profeta Ezequiel usou meios drásticos.
Uma vez ele ficou deitado no seu lado esquerdo por 390 dias para simbolizar o cerco á cidade de Jerusalém. Ezequiel 4.4-8.
Depois ele queimou seu cabelo para simbolizar a derrota militar de Jerusalém. Ezequiel 5.1-3.
Quando Deus pediu que o profeta Ezequiel cozinhasse sua comida com fezes humanas (Ezequiel 4.9-15) o profeta recusou porque o excremento humano era considerado impuro (Deuteronômio 23.12-14).
Até hoje esterco de vaca era continua tendo diversas utilidades no Oriente Próximo.
Repetidas vezes Deus se dirigiu ao profeta Ezequiel chamando-o de “filho do homem”.
A intenção era lembrar ao profeta a enorme diferença entre Deus e as pessoas.
Ezequiel 7.2.
O sinal na testa do profeta Ezequiel era o “taw”, a ultima letra do alfabeto hebraico.
Aqueles que na visão não apresentavam esse sinal eram mortos. Ezequiel 9.3-11.
O profeta Ezequiel cita os ídolos pagãos. Ezequiel 14.1-11.
Literalmente o termo para esses ídolos pagãos significa “bolas de esterco” ou “estrume de animal”.
O profeta Ezequiel utiliza esse termo 39 vezes, mas aparece apenas nove vezes no restante do Velho Testamento.
Nos tempos antigos, o povo esfregava sal nos recém nascidos. Ezequiel 16.4.
Com certeza era relacionado a saúde do bebê.
Usar flechas para tomadas de decisões ou para predizer o futuro era a mágica favorita dos babilônicos para ajudar a tomas as decisões. Ezequiel 21.21.
A pessoa sacudia as flechas e então as jogava no chão. Da formação dessas flechas tirava as conclusões.
Na atualidade, as pessoas que não conhecem a Deus, usam cartas de tarô, búzios, horóscopos, quiromancia …
Quando morria alguém, a pessoa ficava em luto. Usava roupas de saco, andava descalça e despejaria cinzas sobre sua cabeça.
O profeta Ezequiel não fez nada disso quando sua esposa faleceu.
Quer saber os motivos? Leia Ezequiel 24.15-24. Ex
A vida de Ezequiel

No tempo de Ezequiel, Nabucodonosor conquistou o reino de Judá, obrigando o novo rei a se submeter ao império babilônico. Nessa invasão, Nabucodonosor deportou vários sacerdotes, oficiais e membros da nobreza judaica para a Babilônia. Ezequiel, com cerca de 25 anos, foi um dos exilados. Ele era de uma família de sacerdotes mas não teve a oportunidade de servir no templo.
Aos 30 anos de idade, Ezequiel teve uma visão da glória de Deus e foi chamado para ser profeta (Ezequiel 1:1-3). A partir daí, ele iria profetizar para o povo de Israel espalhado pelo império babilônico.
Na altura quando Ezequiel começou a profetizar, vários falsos profetas tinham surgido, anunciando a restauração da independência de Israel para breve. No entanto, a mensagem que Ezequiel recebeu foi de condenação. Os israelitas continuavam no pecado, por isso, Jerusalém seria destruída.
COMEÇO DO MINISTÉRIO DO PROFETA EZEQUIEL
No início do seu ministério, as suas mensagens não eram bem recebidas – Ez 3.25; 14.1-3, porém com passar do tempo as pessoas começaram dar mais atenção e o povo pegou grande estima por ele – Ez 8.1; 14.1
Ezequiel viu claramente que as condições que o povo estava (em relação ao pecado) traria juízo de Deus para o povo, e isso aconteceu na terceira deportação de Judá em 586 a.C.
Praticamente, o ministério do profeta Ezequiel se divide em períodos, alguns mais “relevantes” e outros nem tanto.
O primeiro momento importante é em 592-587 a.C – ele começou dar mensagens de advertências e fazia “atos simbólicos” com objetivo de levar os exilados ao arrependimento.
O livro de Ezequiel conta sobre o ministério do profeta Ezequiel e as visões e profecias que recebeu.
De início, as profecias de Ezequiel eram praticamente todas de julgamento pelos pecados dos israelitas. O povo tinha se desviado de seu Deus, cometendo pecados terríveis, e em breve iria ser castigado. O templo de Deus, junto com o resto de Jerusalém, seria destruído e o povo seria morto ou levado para o exílio.
Ezequiel também profetizou sobre outros povos. Os vizinhos dos israelitas também tinham seus dias contados e iriam ser castigados por Deus.
Propósito e mensagem

A profecia de Ezequiel é marcada por visões e ações simbólicas. Já se pode observá-las nos primeiros capítulos. Neles predominam a visão vocacional (caps 1 a 3) e algumas ações simbólicas. Numa delas o profeta come um rolo (livro) (caps 2 e 3), noutra realiza simbolicamente o cerco de Jerusalém (caps 4 e 5). Visões e ações simbólicas similares se repetem em passagens subseqüentes. Até mesmo a morte da mulher de Ezequiel transforma-se em um gesto simbólico (caps 24 e 33). Enfim, a linguagem simbólica marca amplamente o estilo deste profeta.
A mensagem profética e estrutura literária de Ezequiel estão intimamente ligadas. A mensagem de três partes do livro é na verdade, uma teodicéia (defesa ou interpretação do julgamento de Deus a Judá e a destruição resultante), e ela corresponde às três dimensões ou fases do ministério de Ezequiel aos exilados. Os capítulos de 1 a 24 antecedem a queda de Jerusalém e são dirigidas à casa rebelde de Judá. O propósito da comissão divina de Ezequiel era trazer a nação de Israel advertências da parte de Deus, sobre o julgamento iminente (2.3-8), deixar bem claro a responsabilidade de cada geração pelos seus pecados (18.20) e convidar aos que tivessem aquebrantamento de coração ao arrependimento, com o conselho: “Arrependam-se e vivam” (18.21-23,32).
Após a destruição de Jerusalém em 587 a.C., Ezequiel voltou sua atenção às nações vizinhas de Israel que participaram do “dia da angústia de Jacó” (caps. 25 a 32) e se alegraram com ele. Mas, a sua arrogância não contaria com a isenção do juízo divino, elas também foram advertidas de que Deus planejara visitá-las com ira e vingança por seus delitos (25.1-11). Nesta fase do ministério de Ezequiel, estava implícito para Israel que o Senhor Deus realmente era justo em seu governo soberano das nações (28.24-26)
A parte final do livro promete a renovação da aliança e a restauração da monarquia davídica em Israel (caps 33 a 48). Aliás, quando o capitulo 37 se refere às tribos, fala justamente da união dos divididos Judá e Israel em torno do descendente de Davi. Mas o novo tempo davídico não será a repetição do velho. Este Davi estará destinado apascentar o rebanho seguindo as pisadas de Javé, que busca a ovelha desgarrada e machucada (34.16). O novo Davi será justo e dedicado aos pobres. A esperança messiânica de Ezequiel está de acordo com a dos grandes profetas de séculos anteriores, que haviam prenunciado a vinda do Messias (Is 9.6-7), nascido na pequena Belém (Ml 5)
A visão do Vale de ossos Secos?

Ezequiel 37 é quando a visão acontece. Deus leva Ezequiel para o meio de um vale onde ele vê uma multidão de ossos secos. Ele pergunta a Ezequiel se os ossos poderiam viver.
Agora, Ezequiel havia testemunhado os babilônios destruindo Jerusalém. Ele sabia que era tão impossível ressuscitar Israel dos mortos quanto trazer vida aos ossos secos no vale. Então ele responde que só Deus sabe.
Em essência, somente Deus pode trazer de volta à vida o que está morto. Deus, através da profecia de Ezequiel sobre os ossos secos, ordena que se unam uns aos outros. Então, isso acontece, e pele, tendões e músculos cobrem os ossos. Mas eles ainda não têm vida neles.
Então Ezequiel profetiza: “Vem dos quatro ventos, ó espírito, e assopra sobre estes mortos, para que vivam. E profetizei como ele me deu ordem; então o espírito entrou neles, e viveram, e se puseram em pé, um exército grande em extremo.”
Onde vemos os ossos revivendo no Antigo Testamento
Esta é a promessa de Deus aos cativos na Babilônia e aos judeus espalhados pelo mundo na época. Ele os restauraria quando sentissem que seus ossos haviam secado.
Vemos a profecia cumprida de várias maneiras.
O primeiro cumprimento acontece quando Israel retorna à sua terra natal (Ed 1:1-4), mas eles voltam para uma terra cheia de ruínas. Em Neemias, eles reconstroem o muro ao redor da cidade e o templo dentro.
Desta forma, Deus cumpre a visão dada a Ezequiel, mas não para por aí.
Onde vemos os ossos revivendo no Novo Testamento

Mesmo com sua pátria física restaurada, os israelitas (e todos os povos da terra) ainda tinham ossos secos. Mortos no pecado (Efésios 2:1), todos precisavam de um milagre para receber uma nova vida.
Jesus entra em cena e oferece nova vida aos ossos secos por meio de sua morte e ressurreição.
Qualquer um que crê nele e o aceita como seu Senhor e Salvador pessoal será uma nova criação (2 Coríntios 5:17). Recebemos novos tendões e carne, e habitamos com o espírito de Deus, o sopro da vida.
O que o Vale dos Ossos Secos significa para nós hoje
Podemos descobrir várias aplicações desta passagem em Ezequiel.
- Primeira lição do vale de ossos secos:
- Em primeiro lugar, Deus cumpre o que se propõe a fazer. Ele não apenas supre nossas necessidades físicas, mas todas as necessidades.
Deus reconhece que temos uma profunda necessidade espiritual que só pode ser satisfeita por ele. Não podemos respirar sem o sopro da vida, e não podemos viver sem que ele viva dentro de nós. - Segunda lição do vale de ossos secos:
- Em segundo lugar, muitas vezes as profecias podem ser cumpridas mais de uma vez. Por exemplo, na passagem de Daniel 9, quando a abominação da desolação entra em cena, pode se referir a muitas pessoas. Mas a passagem também parece estar se referindo ao anticristo que tentará mudar as datas e estabelecerá abominações para as pessoas adorarem.
- Terceira lição do vale de ossos secos:
- E por último, não importa o quanto erramos ou caímos em pecado. Não importa quão secos nossos ossos tenham se tornado, Deus pode restaurar todas as coisas.
Se temos um amigo ou membro da família que rejeitou a Cristo e que não parece interessado no cristianismo, Deus pode trabalhar neles para trazê-los.
Sempre que perdemos a esperança, nos desesperamos ou nos preocupamos com o amanhã, podemos ter certeza de que Deus promete restaurar todas as coisas, assim como fez com os cativos israelitas na Babilônia.
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